Controlador de pedais com Arduino – Relés

Salve nobres! Espero que todos tenham passado muito bem o natal e ano novo. Com a correria de final de ano nem pude entrar aqui e agradecer. O blog em pouco mais de 4 meses de vida passou a marca das 3500 visualizações. Obrigado galera! Feliz 2013 para todos e vamos para as gambiarras!
Como ficou por falar no post anterior, o papo de hoje é sobre relés em circuitos para guitarra. Quando comecei a brincadeira do controlador de pedais não tinha a menor ideia das proporções que a minha pesquisa ia tomar. O que pensei ser algo fácil de “ratear” pela internet virou um grande nó na minha cabeça com mil soluções malucas. Foi quando comecei a ficar maluco e resolvi testar as coisas. É bem provável que este post ainda continue pois não pude fazer todos os testes que queria por causa da falta de tempo. Mas vamos aos fatos:
A internet está cheia de soluções e a maioria delas não podemos confiar. Li muitos sites, fóruns e conversas em redes sociais sobre bypass com relés e cada um diz e sugere uma coisa. Os puristas renegam os relés, os despreocupados querem a todo custo partir para comutações eletrônicas. Depois vem a turma que fica em cima do muro. A grande maioria vai pela teoria e esquece que temos de montar e testar as coisas até chegar em um resultado desejado.
Afinal, qual o problema da comutação por relés? Eu diria… Nenhum!
A  maior parte das queixas das pessoas é sobre cliques e puffs que este tipo de comutação pode dar. O problema dos puffs está diretamente ligado ao circuito que você liga no relé. Isso é algo fatal. Pedais com bypass eletrônico dificilmente possuem resistores ligados ao terra entre a entrada e a saída e os capacitores ficam “abertos” e carregados gerando um baita barulhão ao comutar. Falam dos relés, mas um controlador de pedais feitos com 3pdt de qualidade também pode dar isso uma vez que é um problema alheio aos componentes que estamos tratando. Devo dizer que é um pouco raro isso acontecer. Testei em vários pedais e não tive muitos problemas com isso. Depende muito do pedal que você vai usar. Até produtos renomados no mercado que usam relés e prometem “zero pops e clicks”  não conseguem escapar quando usados com alguns pedais e a turma cai matando nos fóruns das marcas pedindo alguma solução. A solução é sempre a mesma. Soldar um resistor de 1M entre a entrada e o terra e na saída a mesma coisa. É sabido que adicionar um resistor assim altera a impedância e frequência de resposta de todo o circuito. É por isso mesmo que o ideal é começar com 1M e ir aumentando até conseguir o maior valor que ainda consiga resolver o barulho. Normalmente um bom valor fica ali entre 1,5M e 2,5M. Cada caso é um caso…
Outro problema comum são os clicks de comutação. A causa é praticamente uma só, mas há controvérsias. Boa definição, não?
Os clicks surgem da própria arquitetura do relé. Micro capacitâncias parasitas entre os contatos e a bobina acabam criando esse desagradável barulho. Ele pode ser resolvido de várias formas. É aí que entram as controvérsias. Aqui faço uma advertência para as pessoas que buscam soluções milagrosas na internet.
 Após a minha investigação descobri nos testes algo muito curioso. Um relé é muito mais suave e a sua comutação é bem mais baixa que um 3pdt. Ficamos tão preocupados com os clicks que criamos um preconceito em torno disso e queremos que a comutação seja zeradinha até com o volume no máximo. Coloque um relé e um 3pdt ou dpdt lado a lado e tire as suas próprias conclusões. Outra coisa bacana é que os interruptores de pisar possuem uma vida útil bem mais curta, de 20 a 50 mil comutações. Um relé passa a marca das 100 mil sem grandes danos.
Testei muitos relés de vários modelos e marcas.
Marca boa nem click dá, e se dá você resolve facilmente com alguns componentes de forma a tornar a comutação mais macia e/ou lenta.
Relé vagabundo não tem cura. Não servem para o que queremos comutar. Funcionam muito bem com lâmpadas e outros circuitos domésticos. Bati demais a cabeça com isso. Comprei relés em que as marcas nem sequer constam na internet e todos esses “xing lings” não prestaram para o que eu quero fazer. Vivemos em um país onde a falsificação de componentes eletrônicos é uma triste realidade. Muito cuidado! Compre em lojas que são representantes das marcas. Não se deixe enganar pois o relé por mais que não sirva para a guitarra pode até ser perigoso para utilizar em outras coisas e te dar um prejuízo enorme em outras montagens. Os melhores resultados vieram de relés de boas marcas e com os contatos banhados a ouro. Segue aqui uma pequena lista de marcas que recomendo:

OMRON
TAKAMISAWA (Fujitsu)
NEC
PANASONIC
FINDER
METALTEX (Marca nacional)

Testei muitas marcas que por motivos óbvios não vou ficar falando aqui que não prestam. Sei que existem várias outras e se um dia tiver a oportunidade vou testar e dar a minha opinião. Por enquanto são essas que eu recomendo para quem deseja montar algo sem esquentar a cabeça.
Existem dois tipos de relés muito usados em circuitos como esse que estou fazendo:

Miniatura:


Ultra miniatura:

Testei os dois tipos. A vantagem dos ultra miniatura é que são pequenos mesmo. São menores que uma moeda e a corrente que consomem é praticamente a mesma de um led de alto brilho. Muitos circuitos lógicos como o arduino podem ligar um destes diretamente sem o uso de um transistor. Isso faz da montagem algo super simples. Mesmo assim recomendo usar um transistor para ficar tranquilo e ainda aproveitar para por um led em paralelo e mostrar o efeito que está ligado no momento.
Os maiores mas ainda miniatura são robustos e aguentam melhor os tempos e temperaturas de solda. Os pequeninos devem ser colocados em soquetes e depois presos por cima de alguma forma para não caírem.
A qualidade da comutação de ambos é muito boa. Tirando toda aquela história de marcas que já falei antes. Os grandes me pareceram mais estáveis e vale a pena usar em circuitos maiores onde é necessário mais de 5 relés. Para um controlador simples como o meu acho que vou utilizar os pequeninos mesmo.
Quem pensa em montar algo grande tipo rack os miniatura são os mais indicados.
 Essa foi uma introdução aos testes e resultados que consegui. Antes de bater o martelo ainda quero investigar mais e assim que tiver novidades vou correr contar para vocês.

Até!