Sempre que começo o papo com algum colega amante das guitarras o assunto gira e sempre acabamos por falar sobre tecnologia e novas soluções para as guitarras. A conversa sempre acaba atravessando e chegando nos plugins. A maioria, para não dizer todos os guitarristas que converso, já tentou em algum momento utilizar plugins e são quase sempre as mesmas queixas como a latência, ruídos e qualidade do som que antes de qualquer coisa devemos lembrar que é simulado. Antes de chegar nos plugins temos que considerar dois aspectos fundamentais:
Interface: É logo aí que começam os problemas de latência. De nada adianta ter o plugin rodando bonitinho e ligar em uma placa convencional de computador. É fundamental ter uma placa que suporte a tecnologia ASIO para reduzir a latência a níveis que o ouvido humano não se importe muito (5ms a 11ms). Sem uma placa apropriada a latência dificilmente será menor que meio segundo, o que já faz do uso do plugin algo impraticável. A graça do plugin é tocar em tempo real. Já vi quem use o plugin depois da guitarra gravada limpa, mas não fica a mesma coisa pois ouvindo na hora você consegue por no toque a dinâmica que aquela simulação oferece. Dá para tapear mas não tem graça.
Uma placa que sempre recomendo para quem quer começar com os plugins é a M-Audio Fast Track USB:
Ela já suporta ASIO e tem também entrada para microfone balanceada e com 48+ para microfones de condensador. Só tem um canal, mas dá para fazer altas coisas com ela em um home studio. Ela também tem saídas de linha para monitores de estúdio. Em relação aos ruídos, não preciso dizer que além de uma boa interface é necessário utilizar bons cabos, o instrumento com a parte elétrica em dia e ter um sistema de aterramento bem feito ligado a todo o sistema.
Outra opção é comprar uma interface própria para estes plugins vendida pela empresa Native Instruments que desenvolve o Guitar Rig e que é bem compacta:
Existe ainda uma interface da mesma empresa que oferece a versatilidade de ligar a guitarra e tocar com plugins no seu iphone:
Quanto muito acho bem bacana, mas só para brincar mesmo. Nunca toquei em um, mas algo muito miniaturizado não me chama a atenção. Não sei se existe alguma restrição nesses hardwares para usar em plugins de outra marca, mas pela dúvida eu ainda fico com a M-Audio.
Qualidade do som: Os plugins são simulações de equipamentos clássicos que evoluíram muito e tiveram as contribuições de tecnologias como a de “convolução” que firmaram a sua posição no mercado. Os guitarristas normalmente são puristas e não conheci um que tenha dito que um plugin faz o mesmo que um equipamento real. Eu também sou bastante cabeça dura no assunto mas não nego o quanto facilitaram a minha vida. Uso muito para estudar, tocar sem atrapalhar os outros e gravações em que o foco não é o timbre perfeito ou ainda quando quero brincar com algum equipamento que não tenho a menor hipótese de ter em mãos. Não é a mesma coisa mas dá para ter uma noção de como é. Em estúdio facilita muito as coisas para gravar linhas limpas e efeitos de modulação. Os overdrives tapeiam, as distorções não convencem, principalmente as de alto ganho. Por enquanto não conheço nenhum plugin de guitarra realmente apetrechado. As marcas investem no desenvolvimento de ferramentas para produção musical em geral e chegam até a criar hardware próprio para processar os plugins e torná-los tão rápidos e fiéis quanto os equipamentos físicos: